terça-feira, 7 de junho de 2011

Sinfonia das emoções

 Vida, um assalto à mão armada... saimos ilesos, quando em trincheiras das sabedoria, 
imersos nos escombros da arte, buscamos refúgio na orgia dos prazeres, 
caindo do céu de Pirandello, sendo acariciada pelos anjos de Botticelli, 
nos fartamos da comilança do viver, e abrigo na louvação...


Emoções aprisionadas vociferam em coros rastejantes,  
do Requiém de Mozart  em lamentos crus dissonantes
amores  cortantes se rompem como cristais reluzentes,
em  jazigos noturnos jazem doentes-condolentes...

Dores encarceradas se banham em rios congelados,
clamando  novas nascentes em tons clareados,
êxtases de almas depuradas se contorcem em arrepios,
ressuscitando mares abertos e vertentes de novos rios.

Em taças transparentes são servidos corações servis,
com seus  coágulos  empretejados de  agonias senis,
em bandejas oferecidas  para todos os presentes,
emoções esquartejadas, primitivas, irreverentes.

Insubordinadas, irrompem como forças propulsoras,
escravas da razão, se alimentam em manjedouras,
apropriadoras vorazes de mentes em ebulição
da inquietude danosa gemem na sofreguidão.

Na complacência danosa buscam a harmonia,
como seres em ebulição uma nova sintonia,
na suavidade do despertar crepuscular do novo dia,
transmutam emoções horrendas, numa linda sinfonia.

Misturam dor com amor, argila com tequila,
flores em solidão, escravidão com coração,
germinam em novas linhagens, com novas roupagens,
em pedaços de espetos emergem como novas coragens.


The end

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