segunda-feira, 1 de novembro de 2010

chuvas com lágrimas

melancolicamente olho vidraças respingadas...
vejo a garoa choramingando....desencantada
ouço Chopin perdido em seus lamentos no piano
percorro meu corpo com apelos em diversos planos

o tempo sem cessar emite sons em tons plangentes
lacrimeja em águas glamourosas com tons bucolicosos,
roçando nos sentidos, desponta apertos gloriosos,
devaneios incontidos de encontros amorosos...

visualizo o horizonte num chorar clamante...
planícies submersas aprisionadas em sons arfantes,
choupanas deflagradas naufragando em tons cantantes,
cânticos chorosos, lamentosos, chamantes, delirantes.....

águas abundantes pranteiam incontidamente
sorvendo prantos enterrados em tumbas ressequidas,
de amores soterrados em tempos imemoráveis
da renascença, da antiguidade, de afetos implacáveis

Águas com lágrimas, chuvas com almas depuradas
desembocadas num oceano gigantesco azul- cintilante
aguardando sua estiagem, em fervores incontidos
numa procissão de seres em clamores palpitantes!!

ritos de águas armazenados em tons sepulcrais,
desaguados em naturezas prósperas descomunais,
regando cânticos, seres floridos em suas sensações,
em fortes abraços, conjuminados em suas várias uniões..

desejos contidos soterrados em jazigos piramidais
aprisionados pela terra umedecida em águas celestiais,
se libertam como o silencio murmurante em ritos fraternais,
nutrindo sons infinitos de conjurações míticas universais.


The end