terça-feira, 28 de junho de 2011

Posse da existência

Ah... às vezes fica tão difícil tomar posse da minha existência... 
fico regando rosas de jardins alheios, dou alguns flertes comigo e volto pra flores vizinhas... 
quero o inusitado... mas, cheiros campestre de outros jardins me rodeiam... 
fico enamorada, me perco de vista... 
Ah! Vou tentar voltar pra mim...

Num ritual latente, tento da existencia me apossar,
calafrios rondam minha alma em tons sepulcrais,
folheio livros sagrados e me remeto a  seus anais,
em feridas latejantes, rondam sombras  animais.

Ecos ao longe de desgarrados bebês ofegantes,
piscares enevoados  de luzes escurecidas
sombras de rostos entristecidos, empobrecidos, gritantes.
xipófagos simbióticos brutalmente assassinados...

Emito sons da existência, mas fujo de sua cilada,
espreito como árvores hibernadas  essa solidão incendiada,
braços ramificados me espreitam na parede
como raizes enraizadas, açoito seres com sede.

Existência gigante, existência pueril!
Vinde a mim! Meu ser conclama!
Existência mágica! Existência viril!
Entre lodos barrecentos seres se esparramam.

Quantos vestígios e litígios, querida existência,
fluxos desleais e pedidos de clemência,
que me importa se o homem continue a existir
tenho feira para fazer e um dente para extrair.

Brinco com a existência como pássaro perdido,
com asas remendadas busco novos abrigos
fabrico suportes para ti, entre prantos e risos,
com balas coloridas enfeito prantos antigos.

Desvanecida busco o sacrosanto,
duas vezes vida, duas vezes santo.
Limpo lágrimas da existência com o meu manto,
invoco deuses do olimpo para quebrar todo o quebranto.

The end

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