terça-feira, 26 de março de 2013

O estranho




Piso em ovos.

Não faça barulho!
Você pode acordar seus interiores...

quem é?
ah... seu  guardião,  seu interno, você decide!

mas, não é para acordá-los?

bem, sim... não... é que você poderá se assustar com esses estranhos...

Sim, nos tornamos estranhos a nós mesmos...
ficamos à espreita do trivial
e envelhecemos nossas ternuras..


comemos cascas de frutas podres e deixamos o filé para os cachorros.



Será o medo de ser feliz?
sim.
a felicidade foi roubada em nossa infância,
como uma raiz arrancada.

 
como assim?
então, quando crescemos, enchem nossas cabeças de pudores
ficamos ressecados.


assim, negamos ao nosso ser o sumo do instante!

Bem, se é assim, vou abrir as portas as janelas e deixar acontecer...

                           
The End

Pensamentos Tumultuados






Apreensivos, imersos no nada

A vida... só versos

Agora, vou passear no parque

ver robôs correndo...
coração acelerado
sentimentos congelados

emoções zero-cal
opinião, a das manchetes
amor, nome fantasia

Olha, vou ao parque e me refugiar na cabana dos esquecidos
Sabe, lá tem tudo,
lentidão, abstrações, inspiração e solidão
tudo orgânico, fresquinho,

Retomo meus pensamentos mais calmos
A claridade me invade

Sou mais eu, no tempo menor

Até a presente data não recebi nenhum aviso...

Saudações
 
                                                                         The End

terça-feira, 19 de março de 2013

Encontro





Saio do esconderijo 
Me congelo

vou buscar guarida em guetos...
entro em fila com seres anônimos,estranhos,

há quanto tempo não me visito!

É tempo das mortes...
penso em inutilidades, no tempo em vão...


Anestesiada,  sem identidade
passo a mão no rosto 
e olho para o infinito

O que fiz da vida?

entro em penitências dolorosas
vejo lagartixas engolindo insetos.
sinto arrepios...
 
uma borboleta colorida invade o espaço
uma criança enfia o dedo no nariz 

 e floreio,

sou digna da minha admiração!

na fantasia,
entro em divagação e penso, 

o encontro é a arte do esquecimento...

The End


quarta-feira, 13 de março de 2013

Tenho pressa




Depois eu falo com você, ok?
Sim, tudo bem

Pera um pouco, o farol tá aberto
Preciso passar

Não, não vou poder ir
Depois te ligo

Preciso tomar meu remédio
Ainda não fui à academia

Tenho prova
Tô cansada
Acabei de chegar

Ainda não assisti nenhum filme da mostra
 
Amanhã a gente se fala

 
The End

terça-feira, 12 de março de 2013

Hoje, eu preciso chorar




Hoje, preciso chorar.
Jogar fora esse escarro do choro

as nuvens cinzas ficaram pretas
o dia já aconteceu... ou já vingou? 

a menina? branqueou o seu cabelo.

o vira lata da esquina morreu
o jornaleiro vendeu sua banca

minha casa amarelou
os prédios cresceram, viraram magazines

o jogo de botão virou botões da internet
a boneca dorme no canto da caixa de papelão

o meu pai?
está lá no céu agora, me olhando

os meus amigos?
não sei...

o beija flor morreu de agrotóxico
a tv continua com seus noticíarios horrendos

a vida está despencando dos penhascos...
meus sonhos coloridos? estão desbotados.

as frutas estão passadas...

o ser humano continua andando em filas.


The End.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A mulher na janela




Via em espaços miúdos, grandes fantasmas; em uma espinha, vislumbrava um tumor, tudo tão intenso, estranho...
Ressentida em sentimentos escassos, procurava espaços pra diluir sua dor. Pensava no parque e em uma longa caminhada, sempre investigando novos caminhos em busca de pessoas e afetos, para o seu corpo, para a sua alma...



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A mulher na janela




Entre a apatia e o constrangimento, reflete sobre as pessoas com o medo absurdo da entrega, todos carregando um escudo pra se proteger. Reflete mais e conclui: a vida é tão curta e frágil para esses meandros. Olha na janela e vê uma violeta brotar. É o momento mágico da natureza e visualiza sua vida florindo... novamente.



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A mulher na janela



Ela não sabia lidar com o racional, vivia à beira de abismos emocionais. Como? Como sair disso? Levanta-se, pega uma cereja e a sorve delicadamente. Era como pretendia lidar com seus conflitos, com a delicadeza, como o sorver da cereja, jogando o caroço fora...





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