terça-feira, 7 de junho de 2011

O que me resta

Resta então o  frescor de liberdade,
o vento gelado  no rosto
os pedaços de vida, da irreverente vida que acabou jogando-se ao lixo,
as borboletas azuis e vermelhas voando num céu caramelo,
o inverno dos vencedores com o inevitável encontro com os frios de alma.

As hortências azuis com gotas gélidas do orvalho,
encostadas no desfiladeiro, acobertadas pelo sol pálido de fins outonais,
os suplícios e suplicantes de almas condoídas
garantias efêmeras dos girassóis da Rússia...

Assovios  velados de mocinhos e bandidos,
o beijo molhado do fantasma solitário,
um canto da vida escondido em um  resto de mundo,
o lamuriar dos ventos segredando tristezas  de árvores distantes
outros povos, outras  pegadas desconhecidas.


Resta-me o resto
Do meu rosto
Dos meus sonhos
Daquilo que me prometi
E não fiz, nem sei porque

Um amor roto
Uma meia sem par
A antiga loucura que jamais abandono
Mais dois tostões de vida
E um campo florido de toda esperança. 


The end. 

Um comentário:

  1. Enquanto houver esperança, enquanto houver sonhos, a vida continua valendo a pena.

    Belo poema!

    abraço!

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