quarta-feira, 8 de junho de 2011

Silêncio




Vejo a quietude de árvores balançando entre os ventos,
em harmonia, como uma sinfonia de lamentos
ouço, perscruto, silencio o silenciar,
abaixo minha cabeça e me remeto ao olhar.

Com as mãos deslizantes vejo o silêncio dos amantes,
a madrugada em sua quietude com seu novo despertar,
o coração batendo mansamente, complacente,
reluzente, sedoso, como a suave brisa do mar.

Desperto, olho a janela e vislumbro o sol dos amantes,
cantarolando, despertando com seus calores fulgurantes,
imantando cores fantasias com seus raios coloridos,
plantando brilhos e borbulhando seres intumescidos.

A quietude de anciãos valentes em seu balançar
de bebês adormecidos balbuciantes em seu despertar,
de amputados do destino desbravantes, itinerantes,
de lírios flamejantes agarrados em rosas em seu desfolhar.

No brilho estrelar cantante num céu borburante,
em poetas doadores da vida no regalo do amor
em manhãs silenciosas, saborosas com cheiro de café,
em seres transformadores da vida e alicerces da fé.

Me aposso do silêncio como uma pluma colorida,
injeto em minhas veias a quietude em sua plenitude,
esvaio no silêncio ensurdecedor incandescente,
mergulhando em rios brandos com suas nascentes.

Deito na relva, olhando para um céu afetuoso
sou acariciada pelo prazer refinado garboso,
entre carícias, amorosidades, me esparramo na grama,
desperto revitalizada, acarinhada com essa chama

Reverencio o silêncio e sussurro palavras em seu ouvido,
me aproximo de suas teias e toco em seu coração querido,
trocamos afetos completos, repletos em grandes dimensões,
complacentes, unidos, comungantes em grandes uniões.

The End.

2 comentários:

  1. reverenciar o silêncio é uma das coisas que todo poeta tem que aprender a fazer.

    belo poema!

    abraço!

    ResponderExcluir
  2. Reverenciar o silêncio é algo que todo poeta deve aprender.

    Belo poema.
    (reposto o comentário, pois o anterior sumiu!rs)

    abraço!

    ResponderExcluir