terça-feira, 7 de junho de 2011

Beijos gulosos

 Beijos, carícias e amorosidades explícitas são como chuvas, 
que encharcam um canteiro de rosas e não eximem o viço, 
a beleza das flores umedecidas.


Com a boca entreaberta, me afundo entre cobertas,
entre  beijos saborosos, lambo beiços fogosos,
mordisco a língua entre a  aflição e a sofreguidão,
com o peito ofegante sofro um delírio alucinante.

Com açoites de amor respingo  nuances de dor,
salivo clandestinos dissabores e novíssimos amores,
línguas submergindo em oceanos de volúpia,
carnes latentes escorregam, farejando  novas núpcias.

Dispo o frenesi da agonia, e desemboco na orgia,
com arrepios latentes, ranjo meus dentes latentes,
como  flores descobertas nado em mares abertos,
entre desejos contidos, vocifero ruídos e gemidos.

Amacio peles arrepiadas, entre a comoção e o nada,
desanuviando toda dor, invoco duendes e fadas
cajados e varinhas mágicas se dispersam em multidão,
ante o esfacelamento da emoção, ajoelho em comoção.

Rogo a eternidade esse amor de instantes,
alimento visceral de desejos flamejantes
vejo luzes dançantes rodeando seres amados
entre um céu aberto de infinitos desnudados...

Com rituais harmoniosos, clamo seres fervorosos,
descubro a cama na lama, e me despeço  da fama,
com fogos de artifícios, despeço  amores fascistas,
metamorfoseio dores de amor em flores  ametistas.

Entre beijos gulosos retalho a dor esbugalhada
sorvo sua língua, sua saliva, e dou uma gargalhada,
engulo seu gosto, degustando substancias milagrosas,
transformo minha boca sedenta num jardins cheio de rosas.



The end

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