segunda-feira, 19 de maio de 2014

Vira-lata




Chega
das caretices e dos puxa saquismos
das divindades caídas
dos reinos unidos fragmentados
dessa porra desse computador 

Ai que saudades

das simplicidades sem vistorias
de águas paradas, porém,
livres e libertas
da negra do cachimbo
do sertão agreste
sem veredas
das tabernas
de Máximo Gorki

da merda sem parasitas
do homem
do humano
que escarrou e sujou o tempo
embaçou os vidros
com seu hálito fétido

medidas inexpressivas
fazem
essa espécie híbrida,
incapaz, sonolenta,
sorrir.
com seus dentes amarelados, cheio de cáries...

eu vou pra Tucumã
aliciar meus tormentos
dormir com as cabras
e fuder com os jumentos


The End

Sem garantias




pescoço duro
febres amarelas
sem dinheiro no bolso
amarga o dia que chega

roleta russa
e os meninos despencam dos morros
mato o jacaré
engulo o leãozinho

e sou fuzilado em praça pública



The End