segunda-feira, 18 de julho de 2016

Configurações



Muda-se o padrão
Altere o seu perfil

encontre seu prumo
a vida é feita de glamour

nuvens escuras se condensam
abrigando luzes imaginárias
tudo é ilusão

existência...
e as pragas continuam

no meu sótão interno
fantasmas
pendurados
ainda resistem


e insistem em me assustar...

mudam-se as cores
mas o desenho continua o mesmo

Placentas se rompem
e fantasias são quebradas como cacos
rolando em escadas abaixo...

Confissões



Perdoa meus pecados...
Ilusões notórias
Rogai por nós, santo padre
o veterinário extirpou um tumor do seu cão
Caminhe silenciosamente
entre o tempo e o vento
suas dúvidas secarão
Inventem histórias e tudo dará certo
joga esse saco pesado na ribanceira
como Jesus Cristo que morreu na Cruz
para nos salvar,
liberto todas as mordaças e couraças em nome
de Santo Reich
mas as cócegas continuam...
medos embrutecidos
soluções insolúveis
cardápios adocicados
para você aprender
a não sentir...

rege seu labor
no véu da pureza
embala seus sonhos
na natureza
um simples gesto
já faz brotar
a coragem
e
um gesto sexual faz você gemer de prazer.

the end


homens grandes 
com seus sapatos pequenos
deslizam
como camafeus
grudados nas
blusas
de suas senhoras
pobres homens servis
serviçais de serviços gerais.

Ares sujos



me falta o ar
meus desajustes
resvalam na
periferia dos
meus sonhos
canções soturnas
e eu ainda
preciso de ti.


Cortinas fechadas


Esquecemos de brincar
não conseguimos mais fazer a lição de casa

palavras, estorvos...
sonhos assustam

plantar uma semente nos jardins das delícias,
faz brotar um amor desvalido,
sem escolaridade, periférico, autista...

Fiz tudo errado
meu repertório acabou

Eu sou assim
feita de um só lamento.

quinta-feira, 17 de março de 2016