quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sagrado

Às vezes sinto falta do sagrado, de sua textura... cânticos  religiosos... missa dominical...

de coros cantantes, panis angelicus,  meninas de branco, com laços de fita pregados  em suas cabeças ,   e eu, fervorosa com os olhos infantis, pedintes, me dirigindo aos anjos,santos, Deus!

Reverenciando cada lágrima advinda do fervor...

hoje, me afasto do dogmatismo fervoroso que se diluiu e fez desaparecer antigos clamores....

é o novo se rasgando...
é o batismo se depurando...
é Nossa Senhora chorando...


Lágrimas perdidas  nos buracos  da fé

saudades...dos pedaços da vida...como carnes penduradas em matadouros...

e eu, perdida...no inferno sem telhado,
como  multidões rastejantes em  seus  torpores vazios
despejando seus  juízos  em taças furadas
deixando escorrer  o sangue pisado  das palavras em vão...


Crendices populares,
frestas escondidas
almas escuras
falsas profecias


Desanuvio mentes, expulso lágrimas endurecidas e caio de joelhos...
em pé...

volto prá relva endurecida do concreto e vejo carros, com seus motores barulhentos...

volto prá mim....em prantos...


                                        The  end


Um comentário:

  1. Parabéns Luiza!! Um blog poético primoroso!! Um percurso ainda começando, mas que promete!!
    Uma poesia carregada de figuras de retórica e tropos - um nível semântico forte, uma simbologia do estado de alma - um deixar fluir do mais profundo sentir!!
    Parabéns POETISA!!

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