quinta-feira, 26 de maio de 2011

Fantasias despedaçadas

 Buscamos um doce refúgio na fantasia, e na aventura do viver...
criamos um colóquio amoroso entre as pedras, 
águas e flores e conseguimos escapar ilesos do cinzento cotidiano 
e das armadilhasimpostas pela cidade de pedra.


Fantasias circulam na madrugada gélida impiedosa
com seu capote preto orvalhado pela garoa manhosa
acotovelada por transeuntes esfumaçados, anestesiados
como fetos do desamor-escuridão acoplados

Desamparada  entra no bar dos desvalidos
é espreitada por seres falidos em comunhão
mendigos cantantes, bêbados pedintes polidos
poetas malditos, pintores anárquicos, artistas em vão...

Em seus palácios de cipós, cheios de remendos
comungam verdades insólitas, cantando em coro La Traviata
jogam pedras em vidraças sujas cristalizadas
se lambuzam de  mel,  ópio de cachaças.

Escorrem em  alamedas escorregadias
como  chuvas derretidas, de seres na contramão
nas chamas do desamor são engolidos
como dores perpétuas  esvaídas da solidão

Costuram seus remendos? em carne viva
com a brisa cantante  do amanhecer
soluçam em coros  gritantes, chorantes
as cinzas melodiosas do renascer...

Germe-azedume nas agruras do cotidiano
molestadas,engolfadas pelas luzes do amanhecer
incontidas, reprimidas, reduzidas,esvaídas
fatiadas-esquartejadas  nas ruas do renascer.


                 The end

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