Buscamos um doce refúgio na fantasia, e na aventura do viver...
criamos um colóquio amoroso entre as pedras,
águas e flores e conseguimos escapar ilesos do cinzento cotidiano
e das armadilhasimpostas pela cidade de pedra.
Fantasias circulam na madrugada gélida impiedosa
com seu capote preto orvalhado pela garoa manhosa
acotovelada por transeuntes esfumaçados, anestesiados
como fetos do desamor-escuridão acoplados
Desamparada entra no bar dos desvalidos
é espreitada por seres falidos em comunhão
mendigos cantantes, bêbados pedintes polidos
poetas malditos, pintores anárquicos, artistas em vão...
Em seus palácios de cipós, cheios de remendos
comungam verdades insólitas, cantando em coro La Traviata
jogam pedras em vidraças sujas cristalizadas
se lambuzam de mel, ópio de cachaças.
Escorrem em alamedas escorregadias
como chuvas derretidas, de seres na contramão
nas chamas do desamor são engolidos
como dores perpétuas esvaídas da solidão
Costuram seus remendos? em carne viva
com a brisa cantante do amanhecer
soluçam em coros gritantes, chorantes
as cinzas melodiosas do renascer...
Germe-azedume nas agruras do cotidiano
molestadas,engolfadas pelas luzes do amanhecer
incontidas, reprimidas, reduzidas,esvaídas
fatiadas-esquartejadas nas ruas do renascer.
The end
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