quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tristeza e indignação

Cambaleando  entre as grandes massas, lá vai a tristeza: massacrada
vendo seres grandes, grandes seres,  se transformando em nada
com seus corpos robotizados em suas vidas esvaidas
com suas almas em penúrias, agonizadas, divididas...
 
Inconscientes  atiram diamantes pelas janelas
plantam flores, colhem embustes, bagatelas
trocam fraudas num sistema velho ultrapassado
jogando frutas doces saborosas num lixo amassado.
 
Como pássaros se transformam em  morcegos
tomam  medidas como placebos                                                         
investem em corrupções purulentas
se enganam, se violentam se atormentam.
 
Seres... fantasiados, camuflados, atraiçoados,
anestesiados, sossobram como devaneios em vão...
inválidos-permanentes se arrastam no chão
peregrinadores cambaleantes da escuridão.
 
Como canarinhos, bem-te-vis são açoitados
veem troncos de seus seres com raízes extirpados
erguem seu pescoço em escuridões esfumaçadas
como seres maltrapilhos, indigentes depauperados...
 
Corvos fazem amor e começam a uivar
lobos gigantescos escancaram seus olhos e começam a piscar
me encosto nas árvores, descanso em  seus galhos
exausta, cambaleando,  me embaralho
cipós se cruzam e formam um berço
como um nenezão, cansada, adormeço.

The End

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