Pai, Mãe, irmãos, etc... artistas dos mais famosos em circos do mundo inteiro... brilham nos
picadeiros, em apresentações repletas de acrobacias...
bipolares por natureza, envenenam e encantam nossa vida; ora cinzenta, ora multicolorida.
Ficamos a mercê de seus mitos... escorregamos em seus conselhos e ajoelhamos em suas rezas.
Herdamos suas vitórias e derrotas, neuroses e anomalias, enfim, todo o pacote...
Seus primores e condolências se perpetuam, desde a pré-história... até os arredores de tempos atuais, em ajustes e desajustes esmerados, desmesurados.
Necessitamos de seus doces afagos; às vezes doces demais, até talvez um pouco açucarado, meio passado, outras vezes, um pouco amargo, azedo; mas, somos primatas no carinho e não sabemos lidar com a rejeição...
A imagem da família ressoa, como um grande maestro em orquestras; desafinadas, em acordes sonolentos, ou como uma nona sinfonia de Beethoven, com clamores fortes , em bravatas!
No plano familiar, somos seres simbióticos, xipófagos, psicóticos...
Sofremos com o cárcere dessa redoma familiar, e não conseguimos sair dessa prisão!
Somos castrados e endeusados em sua redoma de amor, não abdicamos dos seus doces afagos e afetos, às vezes, corrompidos, deteriorados...
Ansiamos um lugar no colo deles; entramos no ringue com irmãos & cia. ltda... e entramos para vencer... ai de nós, se perdermos essa boquinha... força e fúria compõem essa relação ambígua, desbotada com o tempo, mas renascida sempre em berços de pássaros fênix...
Construimos nossos mitos em alpendres de prata, esquecendo de calçar sua base...
Soçobramos aos cacos, quando em relações futuras com nossos parceiros, não conseguimos nos colocar verdadeiramente, e perguntamos: cadê o colo? Aquele colo fugidio, quente demais, ora frio, mas é colo, que em termos etimológicos significa: embocadura estreira de alguma cavidade, ou seja, colo do útero...
Saímos do útero e voltamos ao útero , em cavernas escuras, buscando nosso espaço, nossa luz, nossa razão, nosso patamar freudiano...
Ah, família! Bah!
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