Em reminiscências, vou buscar morada em versos antigos...
visualizo amores antigos - o beijo roubado, o primeiro namorado,
lembro de Cláudio, Luiz e José
um cheiro de morte atravessa paredes úmidas, de um passado em fumaças...
um bolor indesejável afeta poros de minha servidão,
Tento respirar... e passear entre imagens,
tristezas evaporam em suculentas taças de vinho
aterrizando em territórios descalços, inférteis
em clamores de apatias e desejos,
rótulos se desfazem na vadiagem
rubores emergem em conquistas novas...
Com os lábios pintados em vermelho, ajeito minha cara amarrotada,
juntando pedaços, em restos disformes
saindo pelas ruas, sem garantias
esfrego minha libido em paredes sujas
desfaço nós cruzados
grito os gritos dos aflitos em vidas lúgubres!
ruborizo sem as vergonhas alheias
desnudo e entro num roupão caloroso
cheio de fios cortados em sedas sujas
amacio minha dor em corpos macios
em frenesis, danço a valsa dos enamorados
num salão prateado revestido de pedras reluzentes,
sou agraciada em correntes de ouro maciço
onde fico feliz e presa em sistemas antigos -
de barbaridades em Antígonas,
bato o martelo e adquiro todas as obras clássicas do
romantismo, quadros de arte e esculturas gregas antigas,
Em despedidas, me desfaço dessas orgias antigas
volto em vida para o meu quarto escuro, em nobreza,
respingada de roucas escravidões...
The end
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