terça-feira, 23 de outubro de 2012

Memórias afetivas




Em reminiscências, vou buscar morada em versos antigos...

visualizo amores antigos - o beijo roubado, o primeiro namorado,

lembro de Cláudio, Luiz e José


um cheiro de morte atravessa  paredes úmidas, de um passado em fumaças...


um bolor indesejável afeta   poros de minha servidão,



Tento  respirar... e passear entre imagens,


tristezas evaporam em suculentas taças de vinho


aterrizando em territórios descalços, inférteis


em clamores de apatias e desejos,

rótulos se desfazem na vadiagem

rubores emergem em conquistas novas...


Com os lábios pintados em  vermelho, ajeito minha cara amarrotada,


juntando pedaços, em restos disformes


saindo pelas ruas, sem garantias

esfrego minha libido em paredes sujas

desfaço nós cruzados

grito os gritos dos aflitos em vidas lúgubres!


ruborizo sem as vergonhas alheias


desnudo e entro num roupão caloroso

cheio de fios cortados em sedas sujas

amacio minha dor em corpos macios

em frenesis, danço a valsa dos enamorados


num salão prateado revestido de pedras reluzentes,


sou agraciada em correntes de ouro maciço

onde fico feliz e presa em sistemas antigos -

de barbaridades em Antígonas,



bato o martelo e adquiro todas as obras clássicas do


romantismo,  quadros de arte e esculturas gregas antigas,


Em despedidas, me desfaço dessas orgias antigas

volto em vida para o meu quarto escuro, em nobreza,

respingada de roucas escravidões...


 

The end

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