terça-feira, 2 de outubro de 2012

Eu queria tanto que a minha vida fosse assim...



Como um lavar de copos
a água escorrendo,
e os copos limpos, reluzentes...
 

Sem inquietação e rodeios

Na simplicidade do fluxo da água corrente

na pureza da água cristalina

lavando a louça, limpando a cozinha

E tudo ficaria limpo e arrumado

Sem dores, sem devaneios
o viver deveria ser assim,
como a água corrente,
jorrando, como um fluxo permanente

Mas me esbarro nas pulgas de minhas neuroses
que coçam até sangrar
que incomodam...

o estômago enjoa, a cabeça dói
e o pensamento não para...

O círculo da vida

O eterno retorno de Nietzsche

Não sei...

Queria sair desse redemoinho

e jorrar bem longe toda essa água,
como um esguicho limpando as poeiras dos céus...

Mas acordo
igualzinha ao ontem, hoje, amanhã

Finalizo minha existência
operando cicatrizes
entrando no redemoinho
e brincando com os bebês...

 
The end

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