terça-feira, 30 de outubro de 2012

Incógnitos




Quem sou eu?

Sou o coração aberto, que descompassa
em barulhos infernais e harmoniza seu compasso
ao som de Brahms

sou aquela pessoa mesquinha que negou pão ao menino...
que não deu um sorvete ao menino do rio, simplesmente por preguiça,
preguiça de atravessar a rua e comprar outro

Me dói estar incógnita nas ruas da cidade

estar na multidão com uma perna só
quando ouço, perneta!

Só encontro meu elo em bares escuros com almas deserdadas


acho que sou marginal, ou general! dá na mesma, ambos sofrem de melancolia...


Como os violinos da cidade ou de praças públicas, que choram...


Como o moço sentado no banco da praça, com olhar baixo e a mão no queixo...


Como mendigos da rua, estamos sempre famintos, aliás, nossa fome é pior que a deles,


porque somos insaciáveis, insatisfeitos.


Eles vivem na penumbra aconchegante do desassossego, do vazio...


Pego meu osso e vou comer longe de todos...


não quero dividir, repartir ou sorrir...

The end

Nenhum comentário:

Postar um comentário