quarta-feira, 4 de julho de 2012

Fezes

 
De odor mal cheiroso

como a vingança descabida

como o sonho desfeito

como o príncipe decapitado

Ah... não me venham com dogmas

e lição de moral!

Por favor, me deixem existir!

Sim, acredito no amor...

Esse velhaco maltrapilho, ignobil e desajeitado,

esse rampeiro que vive dando ar de grandiosidades!

Ah... Infeliz!

Sim, o amor que passa...

como fezes amanhecidas

putrefatas, cheias de vermes

como o punhal cheio de sangue,

de amantes traídos

como corpos estendidos, que escorrem sangue

Esquecidos das memórias de Iansã!

É nos tambores de Iansã,

que consigo expurgar o mau cheiro dos esgostos

enxotar o ranço de amores esmaecidos

como as misérias de um homem embalsamado pelo tédio,

Enterro sonhos inúteis em chuvas de rosas de sangue,

e faço estiar toda a dor!


The end

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