terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pai Candinho

(homenagem ao meu querido pai, in memorian, Cândido de Oliveira Grilho Filho)

 
Pai Candinho, flor masculina maculada em doces espinhos
canduras de amor,  imersos como presas em ninhos
amor em dor, varrido desse universo sem versos, sozinho
força-motriz vitoriosa derrubada como árvores de pinhos.
 
Inspirador de Voltaire,  que mescla ingenuidade e esperteza
entre discussões filosóficas exalta sempre a  delicadeza,
irreverente, debochado, passando por todas as dores,
apaixonado por Cunegundes, sofrendo o mal de amores.
 
Órfão da vida, atitudes viris,
figura humilde, homem soberbo.
Com suas mãos fortes e suas pernas em passos largos
me levava  para a escola, apressado, em doces afagos,
pequenina, corria com meus passos infantis,
tentando lhe alcançar e me fundir em  sonhos pueris...
 
Voz forte, valente, supremo, em coragens sem adereços,    
tradicional em  armaduras sem couraças,
guardião familiar, como cimento em argamassas.
 
Em tons dramáticos emitia sons em clima de opereta,
mascarando ternuras  borbulhantes  de sua faceta
salvador de ninhadas do circo de horrores
imantava  seus filhotes com laços  protetores.
 
Um poema é pouco para revestir sua fina maestria,
ser  iluminado, poeta-marginal, como mitos em profecias
pai miraculoso, regedor de minhas fantasias,
patriarca, condutor-familiar de lindas sinfonias.


The end

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