terça-feira, 12 de julho de 2011

Imagens desfiguradas

Um céu multicolorido se apossa de mim, em tons preto-azul, alaranjado...
Ouço o ressoar de clarinetas...

Me recolho na imaginação,
entro em cavernas de plástico e recorto figuras mitológicas, de épocas diversas:
pré-história, idade antiga, medieval, damas antigas, cristianismo,
e vislumbro os dez mandamentos presos nas mãos de Moisés.

Entro em quartos escuros,
uma dama antiga atravessa os murais do tempo
segura fortemente um relógio.
Me aposso do seu tempo e permaneço
em tons sepulcrais da imaginação,
um coliseu em vozes sem ressonância se perde no espaço do tempo...
Grandes reis atravessam a sala de minha casa, 
derrubo o absolutismo e entro em névoas do romantismo...
E o côro de vozes, continua, ressoa mais, mais alto em harmonia, e uníssono.

Uma menina assustada pula no colo de Nossa Senhora,
um gigante guerreiro toma conta dos meus ancestrais, nomeio Davi, Sansão, são tantos?
Uma voz forte grita a solidão do mundo, tento aproximar duas mãos em desunião.
Em reminiscências, revisito épocas antigas, recorto meu deus interior, saindo da caverna de plástico, e faço-o repousar em meu ombro nú.

Gigantes guerreiros são nomeados para amparar a humanidade,
saio da imaginação e entro no Renascimento...
Fico presa na caverna de fogo, abocanhada pelo deus Michelângelo, com sua barba de ferocidade e sabedoria.
Anjos tocam harpa com deuses da mitologia,
um castelo crepitado de fogo aparece e a alma do mundo me invade.
Me acoberto desse desvario, afundo minha cabeça no azul do céu infinito.
Um velho feiticeiro, filho da velha sabedoria me olha de longe,
rogo suas bençãos!

The end

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