terça-feira, 19 de julho de 2011

Chuvas de rosas

 No meu jardim abandonado, vejo flores tristes... mexo na terra e sinto meus dedos acordarem, me ajoelho e acaricio as flores murchas, que começam a reviver, será que elas não vão morrer?
Vou orvalhá-las com minhas lágrimas, vou acordá-las com meus suspiros... 
Vou cantar cantigas de ninar pra elas adormecerem...


Vou buscar nos canteiros do amanhecer
pérolas pro meu caminhar,
me enrosco no pé de cravos e rosas
em seus espinhos me deixo arranhar.

Pego a delicadeza das flores
e espalho-as pelo ar,
ramalhetes coloridos com laços de fita
orvalhadas pelo luar.

Chuvas de pétalas coloridas
são jogadas em multidões,
sorrisos misturados com lágrimas
arrebatados em vastos turbilhões.
 
Pequeninos grilhões são montados
pela força das  flores libertados,
de seres maculados, estipendiados
do requiém dos maculados.

 
The end

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