terça-feira, 5 de julho de 2011

Coração perdido

Hoje,  acordei sem o meu coração,
caminhando junto aos ventos, peço pelo meu guardião,
não sei se o perdi, ou se escapou pela minha mão,
perdulário do amor e da minha emoção.

Caminhando entre as montanhas, ouço seu choramingar,
canto  cantigas  de ninar pra ele voltar,
rogando aos céus, a terra e ao mar,
debilitado se encontra meu ser a te esperar.

Ouço seus lamentos esbarrados em tormentos
em tempestades agonizantes, errantes, clamantes
coração doloroso,  coração glorioso, volta prá mim,
te preparo um canteiro florido cheio de jasmins

Tenho andado como sonâmbula, sem o meu coração,
olho as pessoas e  só vejo a escuridão,
minhas mãos estão geladas, meu corpo flutuante,
faltaram  raízes, pra segurar esse coração errante...

Ventos, eu suplico, traga ele de volta
meu ser está partido sob forte revolta
prantos derramados, súplicas em vão...
Onde estará meu perdido coração?

Volta pra mim coração abençoado!
Cuidarei de você como diamante encantado
Colore minha vida e minhas entranhas
Não aceito te  barganhar entre artimanhas...

Vocifero, me desespero em entreveros...
me fecho, me reprimo, me comprimo,
elixir da vida, guardião de emoções
bálsamo da  alegria que festeja uniões.

Meu ser está vazio, descontido ... em tristeza.
Amargurado, afetado, sem a sua  beleza,
sinto saudades de suas batidas, de sua pulsação...
Escorrego na tristeza e perco minha direção.

Coração perdido, eu te venero,
volta pra mim, que eu  te espero,
solta tuas asas do desencanto,
te preparo uma festa num belo  recanto,


com alegria, grandiosidade, saio chamante,
vou arrumar pra você aventuras delirantes,
te enroscar em orgias com vários amantes,
te fazer amar translúcido, até transbordar...
Pra nunca mais você me abandonar.

 
The end.

Um comentário:

  1. amor translúcido, até transbordar. Esse é o pulso da força de seus poemas. Transborde. Parabéns!

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