quarta-feira, 17 de abril de 2013

A mulher na janela




Submersa em dilúvios emocionais, não conseguia manter sua lucidez. Também, pra que tanta lucidez? Suas ideias viviam dispersas, em inquietudes. Vivia como um balão aceso no ar prestes a pegar fogo. Queria arremessar essas fúrias desgastantes para o infinito, queria alojar seus sentimentos num caloroso abraço. A penúria, a escassez de sentimentos desumanizava as pessoas, pensava. Era uma espécie de avareza. Toma um copo de vinho e se deleita em sensações úmidas e fantasiosas... Inebriada, abre a janela e vislumbra o ar fresco da noite outonal e passa a língua no céu da boca, buscando no refúgio salival, sensações adormecidas.

5 comentários:

  1. Escreve esplendidamente querida Luiza, sua prosa e´solta, livre, tão bela e inquisidora quanto sua poesia! Gostei muito! Um beijo de fã!

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    1. Amigo amado, confidente amoroso, são nossas dores mais íntimas... obrigada querido! um beijo!!!

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  2. ausencia, ausencia...como diz Drummond," por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim." beços Dario

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