terça-feira, 18 de agosto de 2015

O terno, de Peter Brook



Rever Peter Brook aqui em São Paulo,  raro privilégio; 90 anos, de uma aura de pura sabedoria, eclético, que ao mesmo tempo que produziu um espetáculo de 9 horas, (1985), Mahâbhârata, baseado na história épica indiana,  desenvolve jornadas introspectivas, de raros sabores.

A peça prima pela sua delicadeza e simplicidade (há magia na simplicidade).
Atores impecáveis, carismáticos, livres, precisos, flutuavam no espaço, em energias de leveza e competência. 

A genialidade da encenação,  corroboram e fomentam ainda mais os elementos cênicos; texto x cenário x atores.

O autor, negro, (Can Themba) escreveu na África do Sul, (anos 50), esse conto "o Terno", em  meio ao  apartheid, que massacrou todos os autores negros da época. 
Os livros  de Can Themba foram banidos e ele exilou-se na Suazilândia, onde logo morreu de pobreza, tristeza e acoolismo.

Em resumo, a história  fala de um triangulo amoroso, no qual, "O terno" (magistralmente),configura-se como um signo forte da figura masculina do europeu (colonizador) que invade a vida do casal.

Reafirmando, a simplicidade  da encenação, me comoveu.
Fico com o simples. Chega de hermetismo, neologismo, "ismo" e viva Peter Brook!

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