terça-feira, 11 de setembro de 2012

Delírios em mingau de merda

                                          

                              
"Na alcova mórbida e morna a antemanhã de lá fora é apenas um hálito de penumbra".


Um corpo sem existência perambula em ruas sombrias da madrugada, em delírios

Na mão do invisível respinga insanidades...

Braços com mãos amputadas remexem o baú dos desafetos
Um namoro com o impuro reverbera  a delícia de mentiras verdejantes

No cultuar do fétido, do desamor, do desconhecido, geram-se paraísos artificiais bem cotados


Em vômitos amanhecidos exalam-se sentimentos de plásticos, esborrachados


Ah... verdades bravejantes... sem vergonha de existir, evacuem o ranço da mesmice, da chatice, da breguice!


Desapareça, oh, barro escuro dos afetos!

Camisolas encobertas em sangue reclamam desejos roubados

Oh, negro da noite e oh, frio da madrugada, amigos de longa data, em tempo de desamor,


vamos brindar a existência, com o copo cheio de delírios, beirando a demência,

Convidemos  os delírios para um jantar em nossa casa, e iniciemos um diálogo na sacada, reverenciando um luar perdido, imerso em escombros da noite.
Um lobisomem entra e toma conta dos desejos e anseios...

Prendamos nossas  famílias num formigueiro... Se bater a saudades, nos transformemos em formigas, entremos dentro da terra para descobrir a isca da vida!


Uma massa cinzenta cobre sentimentos

Fantasiamos aflições em delírios e naufragamos no rio negro com os pés em feridas e pernas retalhadas
Vamos nos perder no barco das ilusões

Andar no desencanto da noite e sorver o ar gelado, endurecido

Vamos brindar!

Comer um mingau de merda e adormecer nos escombros da terra com raízes apodrecidas.
The end
                                                

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