terça-feira, 12 de junho de 2012

Reflexões numa academia



Ah... que saudades,

do tempo em que não havia necessidade de tanta malhação.

Entrando pela primeira vez, numa Academia, me defronto com aparelhos monstruosos, ficando com medo de ser engolida por eles, associando aos aparelhos de hospitais,  onde se faz ultrasom,  dectetando massa óssea, etc...

A impressão que fica, um filme de ficção, com uma tecnologia gritante, onde os humanos ficam à mercê desses aparelhos, e eles, os aparelhos, riem  às escondidas, com o canto da boca, tirando um sarrinho da fragilidade orgânica dos humanos.

Conclusão, me sinto uma estranha no ninho, um peixe fora d'água.
Mas vamos lá...

Assustada, faço a minha primeira aula, olho ao redor e vejo, músculos em desfiles, arre! cada músculo! enormes, crescidos, avantajados, e eu, olhando para os meus, mirradinhos, pequeninos; me assusto.

Uma música ensurdecedora, as pessoas não se olham, só malham, dando extrema atenção para os seus músculos, só existem eles em pauta...não vejo olhares em afetividades, só massas musculares...

Tento me aproximar e vejo distâncias enormes, entre o corpo e a alma, uma preocupação excessiva com o amontoar dos músculos...e vamos lá, é um, é dois, é três; e o compasso continua,  e manda bala!


Vejo pessoas com garrafinhas d'água, suadas, cansadas  e as observo, com seus rostos avermelhados em olhares distantes...

Um sentimento de estética exarcebado, uma preocupação com o futuro do corpo, um passeio em músculos em ebulição. Uma pausa para a água em uma atitude dispersa.

Uma febre em academias, uma preocupação com o corpo, em solidões enevoadas.

Uma despedida, em saudades; um grito no escuro, um pisar em dispersão.

É a vez dos músculos! Por favor, deixe-me entrar, grita a menina consciência-corporal, e os músculos respondem, não, agora não, já foi a sua vez...


The end

Nenhum comentário:

Postar um comentário