terça-feira, 7 de agosto de 2012

Indenização




Soturna, sorrateira... bate à minha porta...

Ah... vem cobrar-me????


Mas antes, cobro de ti!!!


Todos os perjúrios, de tudo o que me prometeram e que me tiraram!

Quero a indenização dos meus sentidos fraturados, das minhas ideias quebradas,

das falsas ideologias, dos meus sentimentos perfurados, da minha alma maculada!!!


da minha vida roubada...


Você, cínica e indecororosa que só sabe cobrar...


Libertina, safada!


Quero a indenização de minhas dores invisíveis,


E a culpa, solidária à indenização, se reestabelece afirmando: " oh, oh, eu te indenizo das dores invisíveis, aclamadas, escondidas em subterfúgios

de desejos reprimidos; bah!

Eu quero a indenização social dos meus desejos íntimos


do meu desencanto


da minha ruína amorosa


de tudo aquilo que tive e perdi


da minha penúria íntima,


dos abraços perdidos,


dos pecados não cometidos


de memórias esvaídas...


Entre débitos e créditos,


você se safa, na saída,


creditando seus valores,


e eu, em débito, credito palavras em vão...


assistindo a hipoteca dos meus bens imorais sendo levados à morna moralidade...



The end

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