terça-feira, 13 de setembro de 2011

Minhas vísceras e eu

Os intestinos são vísceras, latentes, borbulhantes; 
de onde expulsamos os dogmas e instituições não digeridas... 
evacuamos o fascismo intelectual apregoado, a arrogância, 
quando conseguimos expulsar tudo, 
aí se dá a pura epifania dos sentidos; leveza e imaginação.

 
Ah! Quanta dor, quanto desamor...
Seres! Me acobertem  com o seu amor...
Respiro. Enxergo fantoches adormecidos,
Rasgados, pendurados, retalhados, amortecidos.
Oh! Deus meu! Tira-me dessa comoção! Dessa solidão!

Protege-me lindo coração... estilhaçado, abençoado.
Amo, com pesar,  essa vida estarrecida...
Cambaleante, escorrego entre  feridas  esvaídas...
Sangues borbulhantes escorregam em veias azuladas
Remexendo, arrastando-se em teias encadeadas

Pelotas pretas se transformam  em  secreções purulentas
Ansiando, com angústia, murmúrios de vidas novas, sedentas.
Emoções cansadas desfilam a contragosto
Em intermináveis, desgostos com arrotos,

Irada, como presa remexida desarvorada,
Visito assustada, doentias vísceras internadas.
Busco renovações  na  solidão em contramão
Viro do avesso emoções escuras em desatino
Estremeço com fúrias abaladas em erosão,

Busco em filhotes em seus ninhos,
graciosos amores genuínos.
Elimino espinhos de galhos secos recolhidos,
Furo com pedras cortantes tumores intumescidos!
Destensiono músculos em recantos adormecidos,
tiro véus sombrios de tecidos  entorpecidos...

Piso! Piso na relva selvagem com fúrias  em desatino
Exorcizo! Exorcizo dores fluentes e mudo meu destino,
Salvaguardo risos contidos em recônditos nublados,
Ajoelho no infinito e mesclo tristes cantigas com pesados fardos.
                              
 The  end

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