Não sei ser princesa
na poesia
sou favelada
minhas palavras estão encardidas
do pó desumano que insiste em querer
reger as nuvens
não adianta utilizar alvejantes
sua alma está escura
meus pés descalços,
doem
estão feridos
mas não preciso de suas sandálias prateadas
meu sangue se esbarra no ferro e se
mistura ao barro
sangue com barro reluz
novas matizes
AQUI, SÓ MIGALHAS
de letras partidas
sujeiras escondidas
de livros novos,
ensebados
eu quero odores
de restos mortais
dos poetas clandestinos
chega de Marivaldas, Marinaldas,
eu quero Divina Luz dos cegos
sol despejando claridades
quero ser, estar,
arder brasas
formigar...
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