quinta-feira, 10 de março de 2016

Condolências


Não sei ser princesa
na poesia
sou favelada

minhas palavras estão encardidas
do pó desumano que insiste em querer
reger as nuvens

não adianta utilizar alvejantes
sua alma está escura

meus pés descalços, 
doem
estão feridos

mas não preciso de suas sandálias prateadas
meu sangue se esbarra no ferro e se 
mistura ao barro 

sangue com barro reluz
novas matizes


AQUI, SÓ MIGALHAS

de letras partidas
sujeiras escondidas
de livros novos,
ensebados

eu quero odores
de restos mortais
dos poetas clandestinos

chega de Marivaldas, Marinaldas,

eu quero Divina Luz dos cegos
sol despejando claridades

quero ser, estar,
arder brasas 

formigar...

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